O PROBLEMA
DO ESTATUTO MORAL DOS ANIMAIS
Os animais têm interesses que
devemos respeitar? São por si dignos de consideração moral ou só os seres
humanos merecem tal estatuto? Se atribuímos dignidade moral aos animais em que
nos baseamos para o fazer? Será legítimo?
Dois dos principais defensores dos
interesses dos animais, Peter Singer e Tom Regan tentaram encontrar um critério
que justificasse a dignidade moral dos animais de modo a que o seu bem – estar
não dependesse unicamente dos nossos bons sentimentos ou da nossa amabilidade.
A questão era para os referidos filósofos a seguinte: Que características devem
os animais possuir que sendo moralmente relevantes os tornassem merecedores de
consideração moral?
Sucintamente, a resposta de Singer
baseou – se no conceito de senciência. Este
termo designa a capacidade de sentir prazer e dor. Regan baseou – se no conceito de sujeitos-de-uma-vida. Esta expressão
significa que os titulares de um vida são seres dotados de percepção,
capacidade de sofrer, de emocionar-se, de recordar, etc. Segundo Regan, temos o
dever moral fundamental de tratar com respeito todos os sujeitos-de-uma-vida.
Se temos esse dever em relação aos animais sujeitos-de--uma-vida, então,
correlativamente, eles têm direitos.
Singer,
adoptando uma perspectiva utilitarista, não fala propriamente de direitos
animais mas de bem – estar animal. Regan adopta uma perspectiva deontológica e
argumenta que os nossos deveres em relação aos animais derivam do facto de
estes terem direitos.
Estudaremos também a teoria de Carl
Cohen, segundo o qual não faz sentido atribuir dignidade moral a animais não –
humanos.
1. Peter Singer: A Importância Moral do Sofrimento.
Singer não se
limita a dizer que devemos ser benevolentes com os animais, a manifestar
simpatia para com o seu sofrimento. Afirma que temos obrigações morais a seu
respeito.
Na obra Libertação Animal, Singer defende que o
domínio dos seres humanos sobre os animais é moralmente injustificável. A
libertação animal implica dois procedimentos: 1) a ampliação do conceito de
comunidade moral e 2) a revisão e alargamento do conceito de igualdade. O
princípio que torna legítimo falar de igualdade de direitos dos seres humanos –
o princípio da igual consideração dos interesses – deve ser aplicado a todos os
seres com interesses. E por que devemos dar igual consideração aos interesses
dos animais não humanos? Porque, tal como nós, são capazes de experimentar
prazer e dor e essa capacidade é a condição necessária para ter interesses. A
senciência – a capacidade de sofrer e de ter prazer – é o critério que permite
integrar humanos e animais numa mesma comunidade moral, não atribuindo maior
peso aos nossos interesses. Um ser é objecto de consideração moral se tiver
interesses e tem interesses porque pode sofrer. Assim, temos de levar em linha
de conta em termos igualitários sofrimentos semelhantes, quer sejam de humanos
quer de animais: as nossas dores não contam mais do que as dos outros animais,
por maiores que sejam as nossas capacidades intelectuais e morais. Julgar que a
nossa vida e os nossos interesses têm mais valor porque pertencemos à espécie
humana é moralmente errado e traduz um preconceito: o especismo. O especismo
consiste em, partindo do princípio de que somos animais superiores, julgarmos
que os outros animais nada mais são do que objectos ou coisas que estão ao
serviço dos nossos interesses, sofram o que sofrerem com isso.
Assim, temos de :
1
- Atribuir igual importância ou consideração aos interesses de todos os seres
sencientes ( capazes de sentir prazer e dor) e
2
- Agir de tal modo que possamos
maximizar a satisfação dos interesses de todos os afectados pelas nossas
ações.
Deve notar – se que dar aos animais
não – humanos igual consideração não implica que tratemos todos os animais da
mesma maneira ou que lhes reconheçamos os mesmos direitos que os seres humanos.
O que exige é que atribuamos aos seus prazeres e dores igual peso ao dos seres
humanos quando se trata de deliberarmos o que fazer.
Da
posição de Singer decorrem algumas importantes consequências práticas. Uma
delas é a defesa do vegetarianismo.
Na sua perspectiva utilitarista, uma ação é correta se e só se, de todas as
ações alternativas disponíveis, a ação escolhida maximizar a satisfação dos
interesses de todos os que são afectados pelas suas consequências. Ora ao
criarmos animais para os comermos, estamos a sacrificar os mais importantes
interesses dos animais? Quais? Os interesses em evitar o sofrimento e em
continuara viver. E em nome de quê? Do
nossos interesse em experimentar
sensações a gradáveis ao comer carne. Trata – se de um interesse trivial
e injustificável de um ponto de vista utilitarista. Poderíamos admiti – lo se
não houvesse ação alternativa. Mas há. Podemos satisfazer o nosso palato com
comida saborosa de origem vegetal.
Assim, satisfazemos o nosso interesse em comidas saborosas e nutritivas
sem fazer sofrer os animais não -
humanos. Não é justificável que criemos e matemos animais só por causa
dos nossos hábitos e prazeres gustativos. Para o prazer do gosto temos claramente
alternativas que evitam sofrimentos desnecessários defendem o nosso bem – estar
e o dos animais que nos habituámos a matar e comer.
E quanto à experimentação animal?
Adoptando a sua perspectiva utilitarista, Singer afirma que devemos ter o
sofrimento animal em conta sempre que interesses mais relevantes para a maioria
dos envolvidos não justifiquem que se cause dor aos animais. Deste modo, usar
animais e fazê – los sofrer para testar cosméticos ou detergentes, por exemplo,
é injustificável. Porquê? Porque o prazer que os humanos obterão do sofrimento
animal – e é muito – não é superior ao sofrimento animal. Contudo, quando se
trata de experimentação médica com animais e da procura de resposta a doenças
graves e debilitantes, o benefício daí decorrente, desde que com um pequeno
número de animais, pode ser de tal modo relevante que a justifique.
Embora
falando de dignidade moral dos animais, atribuindo – lhes igual importância
moral, Singer não fala de direitos dos animais. Na sua linguagem utilitarista o
que importa é o bem – estar ou a satisfação das preferências de cada indivíduo.
Em nome desse valor devemos escolher sempre as ações cujo saldo final apresente
mais benefícios para todos os envolvidos do que prejuízos. Neste sentido, devemos tornar – nos vegetarianos não porque
os animais não – humanos têm direito a viver mas porque fazendo o balanço dos
benefícios e dos prejuízos de uma ação, os aqueles saem claramente prejudicados
por um hábito nosso - o consumo de
carne. E porque são claramente prejudicados? Porque temos alternativa. O consumo
de carne não é necessário à nossa sobrevivência e ao nosso bem - estar sendo
mesmo prejudicial de acordo com a ciência médica.
2. Tom Regan: Os animais têm direitos morais.
O que são direitos morais? São direitos que reconhecemos a certos seres em
virtude de possuírem determinadas características moralmente relevantes. Não
são direitos legais porque esses são atribuídos pelo poder político e podem ser
retirados por este se assim o entender.
Quando se fala dos direitos dos animais estamos a referir – nos
exclusivamente a direitos morais. Há
dois tipos de direitos morais: os negativos e os positivos. Os direitos
morais negativos são direitos de não – interferência. O direito à vida de um
ponto de vista negativo é o direito a não ser morto. Outros direitos morais
negativos são o direito de não ser prejudicado, de não ser torturado, de não
ter a sua integridade física violada. Os direitos morais positivos são o
direito a assistência e a algum benefício. É o caso dos direitos à educação e à
assistência médica ou cuidados de saúde.
Ao defender os
direitos dos animais, Regan está a referir – se aos direitos morais negativos.
Vai procurar estabelecer que os animais têm o direito à não – interferência.
Está a pensar em direitos como não ser morto, não ser torturado e no direito à
integridade física. Se os animais tiverem estes direitos, então o que
actualmente fazemos aos animais viola esses direitos e é claramente errado.
Tom Regan tem
consciência de que só uma teoria ética fundada em direitos pode dar conta de
forma adequada da ideia de que os animais devem ser objecto de consideração
moral, de que não podemos tratá-los conforme nos apetece.
Na teoria ética
de Singer, o termo “direito” não desempenhava um papel fundamental: atribuir a
um ser uma consideração moral igual não implica atribuir-lhe direitos. Não há
ligação lógica necessária entre interesses e direitos. Regan pensa que sem
reconhecer que os animais têm direitos não podemos proteger adequadamente os seus interesses.
Segundo Regan,
temos o dever moral fundamental de tratar com respeito todos os sujeitos-de-uma-vida (os titulares de
um vida são seres dotados de percepção, capacidade de sofrer, de emocionar-se,
de recordar, etc.). Se temos esse dever em relação aos animais
sujeitos-de--uma-vida, então, correlativamente, eles têm direitos. E como
tratar alguém com respeito consiste em não o tratar como meio para um fim,
então reconhecemos no que respeitamos algo que tem um valor inerente, não
instrumental. O valor inerente é o valor próprio de um indivíduo
independentemente da sua utilidade ou da sua bondade, da sua cor, da sua
nacionalidade e da sua espécie. Em suma, independentemente do valor que lhes
possamos atribuir, de gostarmos de uns e não de outros, os animais não humanos
têm direitos. E, tendo-os, devem ser respeitados. Que animais têm direito a ser
respeitados em virtude de possuírem um valor inerente? Somente os seres
conscientes de si mesmos, capazes de experimentar prazer e dor, de ter crenças e
desejos, de realizar acções intencionais, de ter um sentido do futuro. Por
outras palavras, segundo Regan, quase todos os mamíferos mentalmente normais de
um ano ou mais. Contra uma “ética especista”, Regan defende a necessidade de
uma ética interespecífica que reconheça a pertença de grande parte das espécies
animais a uma mesma comunidade moral.
Mas poderá
objectar-se: os seres humanos são agentes, isto é, seres capazes de aplicar
princípios morais, de entenderem que a posse de direitos implica muitas vezes
restrições consagradas no termo dever. Mas nem só os agentes morais têm
direitos morais. Há indivíduos, como as crianças de pouca idade e os
deficientes mentais, a quem são reconhecidos direitos morais e que não cumprem
os requisitos para serem agentes morais. A indivíduos nessas condições dá Regan
o nome de pacientes morais e nesse grupo inclui também grande parte dos animais
não humanos. Assim, a comunidade moral é constituída por agentes morais e
pacientes morais.
O reconhecimento
dos direitos dos animais enquanto pacientes morais que devem ser tratados
justamente implica, para Regan, o fim da criação de animais para consumo
alimentar, da experimentação com animais, da caça e do uso de animais em
diversas formas de entretenimento (circo, tourada ou rodeios).
3. Carl Cohen: Os animais não têm direitos
Talvez chegue o dia em
que a restante criação animal venha a adquirir os direitos de que só puderam
ser privados pela mão da tirania. Os Franceses já descobriram que o negro da
pele não é razão para um ser humano ser abandonado sem remédio aos caprichos
de um torcionário. É possível que um dia se reconheça que o número de pernas,
a pilosidade da pele ou a terminação do os
sacrum são razões igualmente insuficientes para abandonar um ser sensível
ao mesmo destino. Que outra coisa poderia traçar uma linha insuperável? Seria
a faculdade da razão ou, talvez, a faculdade do discurso? Mas um cavalo
adulto é, para lá de toda a comparação, um animal mais racional, assim como
mais sociável que um recém-nascido de um dia, de uma semana ou mesmo de um
mês. Mas suponhamos que não era assim; de que serviria? A questão não está em
saber se eles podem pensar ou falar, mas sim se podem sofrer.
Jeremy Bentham,
Introdução aos Princípios da Moral e da Legislação
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Neste texto
Bentham defende que o critério para não discriminar os animais e eventualmente
julgar que são merecedores de consideração moral é o facto de serem capazes de
sentir prazer ou dor.
Dificilmente
alguém discordará de Bentham: os animais podem sentir dor e podem sofrer.
Devemos ter isso em conta. Mas será isso suficiente para os julgarmos
merecedores de consideração moral? Podemos a partir deste facto indiscutível
partir para a afirmação de que têm direitos?
Um filósofo como
Kant, pensa que os animais não são por si dignos de consideração moral. Não
temos deveres directos para com os animais. Os animais não são seres
racionais.
Se um homem abater o seu cão por este já não ser capaz
de o servir, não infringe o seu dever em relação ao cão, pois o cão não pode
julgar, mas o seu acto é desumano e fere essa humanidade que ele deve ter em
relação aos seres humanos. Para não asfixiar os seus sentimentos humanos, tem
de praticar a generosidade para com os animais, pois aquele que é cruel para
com os animais rapidamente se torna duro na forma como lida com os homens.
Kant, Lições de Ética
Por outras
palavras, os animais só indirectamente são merecedores de consideração. Ao
tratá – los bem devemos ter em vista o impacto da nossa ação noutros seres
humanos. Tratar bem os animais é dar sinal da nossa disposição moral não só
para respeitar o que é propriedade de outros – e os animais domésticos eram
coisas que alguém possuía – como também de uma disposição para respeitar os
seres humanos. Contribuímos para que os outros acreditem que não admitimos a
crueldade e o desrespeito a respeito de nada nem de ninguém.
Segundo Kant, os
animais estão excluídos da comunidade
moral porque não são seres racionais. Por não serem criaturas racionais, são
incapazes de compreender regras morais e sobretudo o que são deveres e
responsabilidades morais. Só numa relação em que cada uma das partes assume
deveres e responsabilidades é que faz sentido falar de direitos.
Seguindo uma
linha de raciocínio semelhante, Carl Cohen não negando que devemos ser amáveis
com os animais e que eles sofrem com os maus tratos que lhes possamos infligir,
recusa que os animais tenham direitos.
Cohen começa por
lidar com a seguinte objecção: O que acontece com os seres humanos que, por
alguma razão, são incapazes de assumir deveres e responsabilidades? Não têm
direitos? Estamos errados em atribuir – lhos?
A resposta de
Cohen é esta: a maioria das pessoas são
capazes de pensamento racional e de compreender o que são deveres. O respeito
que estas merecem deve extensível às poucas que não têm as capacidades
referidas. Porquê? Cohen pensa que a pertença à comunidade moral supõe
que se pertença a uma comunidade humana, a única na
qual falar de direitos e deveres faz sentido. Assim, uma pessoa muito afectada pela doença de
Alzheimer ou em estado de senilidade avançado não é propriamente um agente
moral. Na verdade, é incapaz de
distinguir direitos de deveres, de agir com base em intenções morais, o seu
comportamento já não obedece a regras morais. Não sendo um agente moral – uma pessoa que age baseada em preocupações morais –
é, contudo, afirma Cohen, um paciente
moral. Não compreende o que são deveres, o que é o certo e o errado, mas
tem direitos. Continua a ter valor intrínseco por ser uma pessoa independentemente
de outras considerações. Temos a obrigação de o tratar com respeito porque
integra um mundo – o humano – em que as obrigações não desaparecem só porque
uma pessoa deixou de ser útil ou se tornou incapaz de compreender o que
distingue o certo do errado. Assim mais do que possuir a capacidade de
compreensão moral – de distinguir o certo do errado, de saber que há obrigações
que temos de cumprir mesmo que não seja do nosso interesse, etc – o que faz com
que um ser tenha direitos é fazer parte de uma comunidade humana. Basta esse
facto para merecerem respeito e terem dignidade moral.
Cohen crescenta
que mesmo que alguns animais pareçam compreender os seus “deveres” o que
realmente acontece é que esse entendimento é baseado no treinodo reforço e da
punição. Não se trata de uma verdadeira compreensão do que são deveres. Assim
sendo, não é correcto dizer que os animais têm direitos. Essa compreensão
envolve o entendimento de que a relação moral é, em certo sentido, um contrato
social. Se sou capaz de compreender as obrigações associadas a um contrato –
escrito ou oral – então sou um ser racional e devo ser tratado com respeito. Os
seres que não conseguem compreender as implicações de um contrato não assumem
deveres e, por conseguinte, não têm direitos. Os animais nada nos podem exigir.
Nós é que devemos atribuir – nos obrigações a seu respeito.
ATIVIDADES
1.O que significa atribuir estatuto
moral aos animais?
R: Significa reconhecer que merecem
respeito em virtude não da nossa boa vontade ou amabilidade mas devido a
características próprias. A atribuição de estatuto moral aos animais dá – se de
dois modos: ou reconhecendo que têm interesses – em não sofrer e em continuar a
viver ou reconhecendo que têm direitos.
2. O que entende Singer por especismo?
R: O especismo é a
atitude que consiste em não atribuir
importância moral aos animais não – humanos simplesmente pelo facto de que não
são membros da nossa espécie. Por outras palavras, o especismo consiste, neste
caso particular, em afirmar que só temos obrigações morais em relação aos
membros da nossa espécie.
3. Por que razão é o especismo condenado por Singer?
R: O especismo é condenado porque impede uma
avaliação imparcial dos interesses de todos os envolvidos numa dada situação.
Tratando de forma diferente seres que do ponto de vista moral são iguais -
todos os seres capazes de sentir dor ou prazer têm interesse em não sofrer e em
não serem mortos - ., o especismo é uma forma injusta de discriminação.
4.
Leia o seguinte texto e responda às questões:
Se um ser sofre, não pode haver
justificação moral para a recusa de tomar esse sofrimento em consideração.
Independentemente da natureza do ser, o princípio da igualdade exige que o
sofrimento seja levado em linha de conta em termos igualitários relativamente a
um sofrimento semelhante de qualquer outro ser, tanto quanto é possível fazer
comparações aproximadas. Se um determinado ser não é capaz de sofrer nem de
sentir satisfação nem felicidade, não há nada para tomar em consideração. É por
isso que o limite da senciência (para usar o termo como uma abreviatura
conveniente, ainda que não estritamente precisa, da capacidade de sofrer ou de
sentir prazer ou felicidade) é a única fronteira defensável da preocupação pelo
interesse alheio. Marcar esta fronteira com alguma característica como a
inteligência ou a racionalidade seria marcá-la de modo arbitrário.
Peter Singer, Ética Prática
3.1. Qual é o critério que Singer adopta
para reconhecer importância moral aos animais não – humanos?
R: Adopta o critério da senciência (a capacidade para sentir dor ou
prazer) como critério para atribuir a um ser importância moral. Isto implica
consideração pelo seu bem – estar e pelos seus interesses próprios.
3.2. Por que razão Singer escolhe o critério da senciência para
atribuir importância moral a um ser e não características como a racionalidade
e a inteligência? Tem em mente somente os interesses dos animais não – humanos?
R: Ao adoptar a senciência como
critério para a atribuição de estatuto moral a um ser implica para Singer que a
inteligência e a racionalidade não são os critérios adequados. Pense no caso do
extermínio de seres humanos e na tortura. São actos moralmente repugnantes. Mas
porquê? Porque desrespeitaram a racionalidade das vítimas? Não. São – no porque
infligiram angústia e dor às vítimas e não respeitaram o seu interesse em
continuar a viver e a não sofrer. Não
submetemos seres humanos a
experimentações médicas, por exemplo, com produtos tóxicos porque isso os iria
fazer sofrer. A a capacidade de sofrer é o critério último para haver
consideração moral por um ser. A racionalidade e a inteligência não são
critérios suficientes. Aqui ao defender os interesses dos animais não –
humanos, Singer pensa que de um ponto de vista lógico está também a defender os
interesses de pessoas senis ou com deficiências mentais graves. Embora não
possam raciocinar podem sofrer. É a capacidade de sentir dor ou prazer que
explica em última análise porque consideramos imoral submeter humanos a
experimentações como as que os nazis submeteram os judeus e pessoas com
diversas deficiências físicas e cerebrais. Se o critério fosse a racionalidade
não haveria base para impor limites morais à experimentação com as pessoas
anteriormente referidas. Se não devemos basear – nos nas condições cognitivas
de um ser para tomar em conta e respeitar os seus interesses, fica estabelecido
que a capacidade de sentir dor ou prazer é o critério adequado.
Mas não o é somente no interior da
espécie Homo sapiens. Adoptar a
senciência como critério para a
atribuição de estatuto moral, implica reconhecer que todos os seres sencientes e não só os humanos, possuem esse
estatuto. Todos os animais são iguais sob este aspecto: todos podem sofrer e
todos têm interesse em não sofrer pelo menos desnecessariamente.
7. Pense num caso como o do consumo de
carne e exponha o ponto de vista utilitarista de Singer.
R: O que exige a perspectiva utilitarista? Exige o
seguinte:
1.Que consideremos imparcialmente os interesses de
todos os envolvidos;
2. Que escolhamos a ação que maior probabilidade tem
de produzir o melhor resultado para os que por ela são afectados.
Assim sendo
se persistimos em consumir carne temos de perguntar se esse hábito é moralmente
mais relevante do que o sofrimento que infligimos aos animais (são geralmente
criados em cativeiro, são mortos e antes desse desenlace sofrem imenso).
Sejamos imparciais. É mais importante o nosso prazer gustativo ou o sofrimento
dos animais. Como não precisamos de consumir carne para sobreviver, é claro para
Singer que aplicar o princípio de utilidade à alimentação humana nos conduz a rejeitar o consumo de carne.
Podemos e devemos ser vegetarianos. Se adoptarmos essa forma de alimentação
estaremos a agir de forma moralmente correcta. Na verdade, considerados todos
os prejuízos e benefícios decorrentes do consumo
de carne, verificamos que o vegetarianismo apresenta um saldo mais favorável a
todas as partes envolvidas. Nós continuamos a alimentar – nos ( de forma mais saudável ao que parece) e a
assegurar a nossa sobrevivência e uma das fontes do sofrimento que infligimos
aos animais praticamente desaparece. Todas as partes são mais beneficiadas do
que prejudicadas. Note – se que se esta mudança é moralmente obrigatória isso
não se deve ao reconhecimento de que os animais têm direitos mas a uma
ponderação imparcial dos custos e benefícios de um hábito. A proibição de comer
carne não é por isso absoluta, não se baseia no valor intrínseco dos animais
mas no princípio da maior satisfação global dos interesses das partes
envolvidas. Se houvesse prova irrefutável de que o consumo de carne era
necessário à nossa sobrevivência então o nosso interesse prevaleceria.
7. Pense num caso como o da utilização de
animais em experiências científicas e exponha o ponto de vista utilitarista de
Singer.
R: O que exige a perspectiva utilitarista? Exige o
seguinte:
1.Que consideremos imparcialmente os interesses de
todos os envolvidos;
2. Que escolhamos a ação que maior probabilidade tem de produzir o melhor
resultado para os que por ela são afectados.
A
experimentação com animais só é permissível no caso de haver grande
probabilidade de os benefícios no plano da saúde suplantarem os prejuízos e
tentando reduzir – se tanto quanto possível o sofrimento infligido aos animais.
Mais uma vez não se trata de uma
proibição absoluta mas de uma ponderação das consequências de uma ação.
7. Qual seria a posição de Singer acerca da caça recreativa e
das touradas? Na sua resposta utilize o princípio utilitarista seguido por
Singer.
R: O que
exige a perspectiva utilitarista? Exige o seguinte:
1.Que consideremos imparcialmente os interesses de
todos os envolvidos;
2. Que escolhamos a ação que maior probabilidade tem
de produzir o melhor resultado para os que por ela são afectados.
Consideremos
imparcialmente os interesses dos envolvidos: o nosso prazer em caçar e em ver
touradas suplanta o interesse dos animais em continuarem a viver e em não
sofrer? Esta consideração imparcial dos interesses facilmente nos conduz a
reconhecer que é errado tratar os animais assim. Temos muitas outras fontes de
prazer. O princípio utilitarista considera obrigatórias a s ações que muito
provavelmente trarão as melhores consequências para todos os envolvidos sendo
os prejuízos globais claramente suplantados pelos benefícios. Podemos causar
prejuízos aos animais – e aos humanos – mas isso tem de ser justificável à luz
da imparcialidade do princípio utilitarista. Não é o que acontece no caso da
caça e das touradas. Não há deveres absolutos em relação aos animais nem aos humanos
– por isso não há proibições absolutas - mas certas práticas devem ser
restringidas e mesmo abolidas nos casos em que os prejuízos globais suplantam
os benefícios.
8. Em termos gerais o que distingue a teoria de Regan da de
Singer?
R: Singer reconhece que os animais
têm interesses que devem ser imparcial e obrigatoriamente tidos em conta quando ponderamos as
consequências das nossas ações e hábitos. Contudo, a atribuição de direitos aos
animais não depende da aceitação destas ideias. Não precisamos de falar de
direitos dos animais para que a consideração imparcial dos seus interesses seja
uma obrigação moral.
Regan defende que atribuir um
estatuto moral aos animais e ter em conta os seus interesses depende de lhes
reconhecermos direitos.
9. A expressão “sujeitos de uma vida” é aplicada por Regan aos
animais. O que significa?
R: Os “sujeitos de uma vida” são
seres que experimentam sensações de dor
e de prazer, que têm interesse no seu bem – estar, em não sofrer e em
continuar a viver, que têm uma vida mental mais ou menos complexa conforme os
casos. Não são coisas nem objectos ou instrumentos.
10. Qual a importância de considerar que os animais não –
humanos são “sujeitos de uma vida”?
R: O facto de algo ser sujeito de
uma vida confere – lhe valor intrínseco
e, portanto, dignidade moral. Se os animais não – humanos são “sujeitos
de uma vida” então têm valor intrínseco e não meramente instrumental. Não são
meros recursos ao nosso dispor seja para alimentação, investigação científica
ou para diversão. Se têm valor intrínseco ou próprio – não lhes é conferido por
ninguém nem deve ser retirado seja por quem for – então têm direitos.
11. Leia o texto seguinte:
Os
animais carecem de muitas das capacidades que os seres humanos possuem. Não
podem ler, fazer matemática avançada, construir uma estante ou fazer baba
ghanoush. Mas muitos seres humanos também não, e mesmo assim não dizemos (nem
devemos fazê-lo) que esses seres humanos têm menos valor intrínseco, ou menos
direito a serem tratados com respeito do que os outros.
Tom Regan, Em Defesa dos
Direitos dos Animais
11.1.Segundo Regan, os “sujeitos de uma vida” têm todos igual
valor moral? Não seremos nós dada a nossa superior inteligência, dada a
capacidade d pensar e de raciocinar e
também as grandes civilizações e obras que criámos, “sujeitos de uma vida” com
valor especial e incomparável?
R: Segundo Regan, por mais admirável
que seja a espécie humana nenhum sujeito de uma vida tem mais valor do que
outro. Todos têm exatamente o mesmo valor moral. O valor intrínseco de um ser
não varia conforme o grau de inteligência ou de competência intelectual.
11.2. Como defende Regan
a sua tese?
R: Pode parecer estranho ver Regan a
defender que o ser humano tem tanta dignidade ou valor moral como um urso ou um
cavalo mas Regan defende a sua ideia com um argumento poderoso: é evidente que
só os seres humanos são capazes de raciocínio discursivo, de criar ciência e
obras de arte. Os animais não. Contudo, devemos pensar que muitos seres humanos
também não exibem essas competências. Basta pensar no caso de pessoas com
doenças degenerativas a nível cerebral ou seres humanos em estado de coma e
também no caso dos bebés. O que que Regan dizer? Que se o valor intrínseco de
um ser variar com as suas capacidades intelectuais abrimos a porta à
discriminação injusta dos que são - ou
se supõe serem - intelectualmente menos capazes. Ou seja, não atribuir a mesma
importância moral a todos os “sujeitos de uma vida” tem consequências perigosas
e basta consultar a história da humanidade para perceber que o extermínio e a
escravatura se basearam precisamente nessa recusa da igualdade moral.
Atualmente recusamos discriminar
moralmente as pessoas com base nas suas diferentes aptidões intelectuais. Caso
contrário teríamos atribuído maior estatuto moral a um Galileu e a Einstein e
atribuiríamos maior importância moral aos grandes intelectos do nosso tempo.
Como não o fazemos, não podemos basear – nos nessa diferenças para recusar aos
animais valor moral idêntico ao dos humanos. Sejamos homens ou mulheres, muito
inteligentes ou não, da etnia A ou B, defendemos que os seres humanos têm igual
estatuto moral e que portanto têm direitos iguais. Se recusarmos igual valor
moral e iguais direitos aos animais estamos a ser incoerentes.
12.Leia
o texto seguinte:
“A
igualdade que encontramos no utilitarismo não é do tipo que um defensor dos
direitos humanos ou dos animais deve ter em mente. Não há lugar no utilitarismo
para direitos iguais para diferentes indivíduos porque não há aí lugar para a
sua dignidade ou valor intrínseco. O que tem valor para o utilitarista é a
satisfação dos interesses dos indivíduos, não os indivíduos que possuem esses
interesses(...)A posição utilitarista conduz a resultados que pessoas
imparciais consideram moralmente insensíveis. É errado matar uma pessoa só
porque fazê-lo implica melhores resultados para os outros. Um fim bom não
justifica um mau meio. Uma boa teoria moral tem de explicar porquê. O
utilitarismo falha neste ponto e, portanto, não é a teoria que
procuramos”.
Tom
Regan, Em Defesa dos Direitos dos Animais
12.1. Por que razão Tom Regan rejeita a perspectiva
utilitarista?
R: Para Regan a grande fraqueza da
perspectiva utilitarista de Singer é que não garante que os animais não sejam
usados como simples meios ou instrumentos ao dispor do interesses dos humanos.
Porquê? Porque baseia a importância moral dos animais nos interesses dos animais
e não no seu valor intrínseco. Ora nada garante que, numa perspectiva
imparcial, os interesses dos animais sejam suplantados pelos interesses dos
humanos como pode acontecer no caso das experimentações médicas para combater
doenças. Para Regan os animais têm valor
independentemente da utilidade que possam ter na satisfação dos interesses de
outros. O valor de uma animal não pode depender da sua utilidade. Não lhe
parece que isso seja claro na perspectiva utilitarista porque o que conta é a
maximização do interesse geral. Se os
fins justificam os meios alguém tem de “pagar a factura”. A única obrigação na
perspectiva utilitarista é maximizar a satisfação dos interesses dos
envolvidos.
A teoria utilitarista na versão a
que Regan se refere não reconhece valor intrínseco aos indivíduos – estes não
têm valor em si mesmos e por isso não têm direitos – mas unicamente atribui
valor aos interesses dos indivíduos. Ora o princípio de utilidade considera
obrigatório que:
1.
Consideremos imparcialmente os interesses de todos os envolvidos;
2. Escolhamos a ação que maior probabilidade tem de
produzir o melhor resultado para os que por ela são afectados.
Há aqui um
problema: a ação é avaliada pelo seu valor utilitário para a maioria dos
envolvidos. Isto abre espaço para ações que, em nome do bem – estar geral, os
animais possam ser usados e sacrificados em nome da maximização dos interesses
ou do melhor resultado global. Uma teoria justa sobre o valor dos animais – e
também das pessoas - não
pode basear – se na ideia de que o valor de cada animal depende da utilidade que tenha para outros seres.
Tem de admitir que todos os “sujeitos de uma vida” têm valor em si mesmos. O
que conta são os indivíduos em si mesmos e não o interesse geral. Não
reconhecendo valor intrínseco aos animais, o utilitarismo de Singer não é uma
boa teoria para defender a sua importância e valor morais.
13. Que consequências práticas derivam da teoria de Regan?
R: Para Regan é moralmente errado
tratar os animais em função dos nossos interesses. A ideia de imparcialidade na
ponderação dos resultados de uma ação é rejeitada porque um prejuízo é um
prejuízo. Mesmo que os prejuízos que possamos causar aos animais possam ser
compensados por um número maior de benefícios globais(distribuídos de maneira
imparcial) isso está errado Porquê? Porque todos os sujeitos de uma vida
possuem igual valor e por isso têm de ser tratados com igual respeito.
Enquanto a teoria de Singer era
tendencialmente abolicionista de certas a que sujeitávamos os animais, a teoria
de Regan, por se basear na ideia de direitos, é declaradamente abolicionista. O
nosso bem – estar ou o bem – estar geral pode diminuir se, por exemplo,
acabarmos com a utilização de animais em pesquisas contra doenças mas isso é o
que moralmente está certo. Os nossos interesses não são razão para violar
direitos. E os animais têm direitos iguais. Não usamos pessoas em
experimentações médicas porque julgamos que não as podemos colocar ao serviço
dos nossos interesses por mais importantes
que eles sejam. E não as usamos porque reconhecemos que são sujeitos de
uma vida. Mas os animais também o são. Impõe – se que sejamos consequentes e
não usemos os animais porque nos convém.
Se é contundente na denúncia destes
abusos, Regan ainda mais o é no casos da utilização dos animais em espetáculos
como o circo, as touradas, a caça recreativa. Escusado será dizer que matar
animais para os comer é o atentado mais gritante contra os direitos dos
animais.
14. Resuma a posição de Cohen sobre o problema dos direitos dos
animais.
R:
Eis o argumento de Cohen:
1.Só faz sentido falar de direitos
entre seres que pertencem a uma comunidade moral que entenda que entenda que
são reivindicações legítimas dos seus portadores.
2.A comunidade moral é constituída
por seres que sabem que os direitos estão ligados a obrigações morais e que
compreendem que uma coisa são os seus interesses e outra o que é correcto e
justo.
3.Os seres humanos possuem estas
capacidades de compreensão da vida moral.
4.Os animais não possuem a
capacidade de compreender a ligação entre deveres e direitos e de aplicar e
agir segundo regras morais.
5. Os animais não fazem por isso
parte da comunidade moral.
6.Como só quem faz parte dessa
comunidade pode ter direitos não é moralmente errado usar os animais de acordo
com o nosso interesse.
15. Considere a seguinte afirmação: “ A posição de Cohen contra
a ideia de que os animais têm direitos não é especista”. Está de acordo?
R: À primeira vista podemos pensar
que não há especismo. Com efeito, o especismo consiste em defender que temos
obrigações a respeito dos membros da nossa espécie porque são membros da nossa
espécie. Cohen defende que não temos deveres em relação aos animais não porque
não sejam da nossa espécie mas porque não fazem parte da comunidade moral.
Contudo, mais tarde perante o problema de como tratar seres humanos que não têm
capacidade moral, Cohen acaba por ser especista porque afirma que eles
pertencem a essa comunidade porque são humanos. Falta coerência nesta
introdução dos humanos não – capacitados e na exclusão dos animais dada a
similaridade das condições.
16. Leia o texto seguinte:
Os conceitos de certo e de errado são
completamente estranhos aos animais, não sendo concebível que estejam ao seu
alcance ou que lhes sejam aplicáveis. Quando usamos animais em investigações
devemos, pois, proceder humanamente — mas nunca poderemos violar os direitos
dos animais porque, para falar sem rodeios, eles não têm nenhum direito. Os
direitos não se lhes aplicam.
Carl Cohen, Os Animais Têm
Direitos?
16.1.Está de acordo com o argumento de Cohen?
R: Parece claro que os animais não
têm capacidade de compreensão moral, não agem segundo regras morais e não sabem
que há reciprocidade entre direitos e deveres. Contudo, podemos objectar que
uma pessoa em estado de senilidade avançado também perdeu essa capacidade.
Deixamos de sentir obrigações em relação
a essa pessoa? Não. Isso significa que uma coisa é ela compreender direitos
outra é que esses direitos não lhe sejam aplicáveis. São – no. Então que razão
lógica temos para recusar direitos aos animais? Não será que à pessoa em causa
lhe reconhecemos valor intrínseco e por isso a tratamos com respeito? Mas dado
este facto que razão temos para recusar igual tratamento aos animais? São ambos
pacientes morais se adoptarmos a perspectiva de Regan. Parece que não ser
membro da comunidade moral não retira a um ser dignidade moral e não nos
dispensa de obrigações morais a seu respeito: há agentes morais e pacientes
morais: O que têm em comum? Serem dignos de respeito. Assim sendo, os animais e
os humanos estão, deste ponto de vista, no mesmo barco. Há igualdade de
direitos embora haja interesses e direitos diferentes.
17.Leia o texto seguinte:
Se Regan tiver razão quanto ao estatuto moral dos ratos, nós,
seres humanos, não poderemos ter alguma vez o direito de os matar – a não ser
que, por acaso, um rato ataque uma pessoa ou um bebé humano, o que acontece por
vezes; nessa situação, suponho que o direito à autodefesa poderá fazer a
diferença. Mas não se pode descrever honestamente uma investigação médica como
um caso de autodefesa, e as investigações médicas exigem que se matem muitos
ratos. Logo, as investigações médicas que dependam do uso de ratos ou outros
animais terão de acabar.
Carl
Cohen, Os Animais Têm Direitos?
17.1. Está Cohen de acordo com Regan quanto ao fim das
investigações médicas com animais?
R: Não. Cohen retira da tese de
Regan uma conclusão com a qual não está de acordo. Apesar de reconhecer que os
direitos são para ser respeitados, não admitindo que os animais tenham direitos
conclui que não há nada de errado com as experimentações científicas com
animais. Estas são permissíveis e a senciência – a capacidade de sentir dor e
prazer – unicamente serve para evitar sofrimento desnecessário mas não para
impedir sofrimento em nome de valores mais altos.
18. Elabore uma breve dissertação sobre
o estatuto moral dos animais referindo os autores estudados e pronunciando – se
sobre a teoria que julga mais razoável e plausível.
1. Formule o problema.
2. Esclareça o conceito de senciência e
se os autores estudados estão todos de acordo com ele.
3. Mostre o peso que esse conceito tem
em cada autor e a que diferentes conclusões conduz.
4. Procure mostrar as limitações de cada
uma das teorias e qual a que lhe parece mais razoável.
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