quinta-feira, 7 de julho de 2011

Freud: A Religião é uma Ilusão Dispensável


Freud: A Religião é uma Ilusão Dispensável
Para Freud, a religo é uma ilusão que tem as suas raízes profundas no psiquismo humano. Uma das experiências fundamentais do ser humano é a sensação de insegurança e a necessidade de protecção e de amparo. A religião surge como mecanismo de defesa perante as ameaças da natureza e a dureza das relações sociais. Deus será assim concebido como o Protector supremo, o ser todo-poderoso que alivia a angústia e o medo do homem perante a realidade, que consola e ampara. Tal como o pai está para o filho, assim Deus está para o homem.
Para a criança o pai é um ser poderoso (logo, protector) e exigente (que o pode castigar e punir). A sensação de impotência, de fragilidade e debilidade que leva a criança a sentir a necessidade de protecção e amparo (satisfeita pela figura paterna) persiste ao longo da vida e conduz o homem "a forjar" a existência de um pai imortal muito mais poderoso (Deus). A religião corresponde, assim, a um estádio infantil da humanidade, à constante necessidade de ter um Pai na relação com o qual se vive um sentimento ambivalente: amor e medo. Nasce dos desejos mais intensos do ser humano, mas não passa de uma ilusão, de uma projecção ilusória da situação do filho perante o pai. Recorre-se a ela para acalmar a angústia, o medo perante a imensidade desconcertante do universo e a imprevisibilidade da vida. A religião é um remédio ilusório para as dores e a frustração do ser humano.
Qual o futuro desta iluo? Poderá prescindir-se da ilusão religiosa? Freud afirma que é dever do homem aceitar a sua dura condição e enfrentar a realidade sem recorrer a consolações celestes. Mas como suportar o peso da vida e a crueldade da realidade? Através de uma educação "em vista da realidade", que não fabrique doentes que depois precisem do narcótico religioso para entorpecer e anestesiar a angústia e a ansiedade. Só uma educação fundada na verdade pode encaminhar o homem para a maturidade e superar a necessidade da religião. Esta, enquanto ilusória realização do desejo de
ser amado e protegido perante um meio hostil, não nos ensina a enfrentar a realidade, é uma fuga para um além imaginário, uma constante e sempre frustrada necessidade de paz e tranquilidade. Por isso ela é a neurose obsessiva da humanidade.

16 comentários:

  1. Oi, publiquei seu post em meu blog mas com a devida referência a sua autoria e a este site.

    "EU QUERO!"
    www.radigehanna.blospot.com

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    1. Quero excluir este comentário. Você pode excluir, por favor? Aparece no google em resultado de pesquisa pelo meu nome.

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  2. "Contudo, sou levado a exclamar, como nas palavras do mergulhador de Schiller: 'Regozije-se aquele que aqui em cima respira, na clara luz do dia'." Freud, ao finalizar a primeira parte de "O mal-Estar na Civilização", confrontado com a forma profunda e abissal de religião que lhe foi apresentada pelo escritor Romain Rolland, com base na vivência do sábio Ramakrishna, da Índia, de quem Romain Rolland escreveu uma biografia.
    Freud afirma - diante do que lhe foi apresentado pelo escritor - que a religião do homem comum é a única que deveria levar o nome de "religião", e que foi nesse tipo de religião que estava mais interessado quando escreveu "O Futuro de Uma Ilusão", "naquilo que o homem comum entende como sua religião - o sistema de doutrinas e promessas que, por um lado, lhe explicam os enigmas deste mundo com perfeição invejável, e que, por outro, lhe garantem que uma Providência cuidadosa velará por sua vida e o compensará, numa existência futura, de quaisquer frustações que tenha experimentado aqui".
    Freud reconhece não haver experimentado o "sentimento oceânico", mas passa a examinar como ele poderia se dar sob o ponto de vista da psicanálise. Diz ele; : "Nosso presente sentimento de ego não passa, portanto, de apenas um mirrado resíduo do sentimento muito mais inclusivo - na verdade, totalmente abrangente -, que corresponde a um vínculo mais íntimo entre o ego e o mundo que o cerca. Supondo que há muitas pessoas em cuja vida mental esse sentimento primário do ego persistiu em maior ou menor grau, ele existiria nelas ao lado do sentimento do ego mais estrito e mais nitidamente demarcado da maturidade, como uma espécie de correspondente seu. Nesse caso, o conteúdo ideacional a ele apropriado seria exatamente o da ilimitabilidade e de um vínculo com o universo - as mesmas idéias com que meu amigo elucidou o sentimento "oceânico". Contudo, teria eu o direito de presumir a sobrevivência de algo que já se encontrava originalmente lá, lado a lado com o que posteriormente dele derivou? Sem dúvida, sim"
    Diz, ainda: "Permitam-me admitir uma vez mais que para mim é muito difícil trabalhar com essa quantidades quase intangíveis."
    Para se ter uma idéia acerca da religião que não é a do homem comum, uma ótima leitura e "O que é Religião", de Vivekananda, discípulo de Ramakrishna, e de quem Romain Rolland também escreveu uma biografia. Outra forma de se ter essa idéia é ler ou assistir um vídeo de algum diálogo de Krishnamurti com o físico David Bohm, ou com o bólogo Sheldrake, ou com Huston Smith.

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  3. Partilho da mesma ideai de que a crença em um deus e em religiões são meramente preenchedores de lacunas para algo a realidade que o homem ainda não consegue decifrar e que para isso se apega e cria seres superiores e superdotados capazes de livrar-lhes do mal e ou de puni-los se não seguirem um caminho certo, o fato é que se faz necessário a abdicação às crenças e a deuses para um progresso igualitário dentre os homemens.

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  4. Concordo plenamente com Sigmund Freud! Pois, todo ser humano possui diversas carências no âmbito existencial que às vezes ( e acontece ) não é suprida, não é saciada e por isso o homem cria uma religião, um deus a fim de saciar o seu existencialismo com o transcendente, ou seja, quando este não acha mais graça na vida, ainda que seja rico, ainda que possua bens, ou fica endividado, perde o emprego ou qualquer merda que lhe venha a acontecer do gênero; cai em profunda depressão, ou busca a religião por meio das ideologias as quais capta as pessoas e "explicam" os fatos deste mundo com total perfeição invejável, como cita Freud. Onde a ideologia religiosa mais famosa e conhecida que diz que os bens materiais não satisfazem o homem, ou o dinheiro não é tudo, não traz felicidade ( ahann, explica isso pro Nordeste ou para a África ), pois, enquanto seres materiais necessitamos de suprimentos materiais! O espiritual transcendente é uma promessa ilusória da religião.

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  5. Augusto Cury escreve sobre Freud:
    " Aparentemente as idéias de Freud sobre o ateísmo são pro¬fundas, mas na realidade eu as considero simplistas e até super¬ficiais. Não é a simples busca da proteção de um pai protetor que leva o ser humano a crer em Deus, mas sua insaciável procura pelas origens, gerada pela consciência existencial.
    O salto da inconsciência existencial para a consciência vir¬tual libertou o imaginário humano e levou pessoas de todas as gerações e religiões a desenhar a idéia de Deus. A solidão intrapsíquica e a social fizeram dos seres humanos garimpeiros que in¬dagam: estamos sós no universo? Milhões de livros não respon¬deram as perguntas mais básicas sobre a humanidade. A ciência nos transformou em perguntas vivas sem respostas.
    A solidão que impele cientistas a procurar nossas origens, bem como vida em outros planetas, também leva um índio, um asiático ou um americano a procurar Deus. Freud estudou o in¬consciente, mas provavelmente não teve oportunidade de estu¬dar a manifestação inconsciente e explosiva gerada pela solidão da consciência existencial.
    Além disso, Freud não entendeu que a busca por Deus como expressão do desejo de superação da morte não é uma atitude menor do intelecto humano, mas um processo coroado de inte¬ligência e sustentado também por processos inconscientes.
    A consciência humana não consegue compreender a incons¬ciência existencial, a morte em si mesma, o vácuo existencial.
    Toda idéia sobre a morte é sempre uma manifestação da vida. Por isso, como descrevo em outros livros, não existe idéia de sui¬cídio pura. Quem deseja morrer não tem consciência das conse¬qüências reais impostas pela morte. Na realidade, uma pessoa que pensa em suicídio tem sede e fome de viver. O que ela dese¬ja é eliminar a dor, e não a vida.
    O ilustre Freud experimentou o desejo de imortalidade que ele mesmo condenou. Aos 67 anos desenvolveu uma crise de¬pressiva diante de um câncer bucal e da progressão de uma gra¬ve pneumonia em seu neto. A perspectiva do fim da existência gerou uma revolução nos bastidores inconscientes da sua men¬te, levando-o a uma depressão angustiante (Cury, 2004).
    A depressão do pai da psicanálise seria sinal de sua fragilida¬de psíquica, como ele pensava? De modo algum. Diante do caos da vida, o grande Freud se comportou como um ser humano, e não como um intelectual. Teve uma reação desesperadora, re¬cusando-se a aceitar a finitude da existência. Sua depressão era uma reação inconsciente em busca da eternidade."
    Os segredos do Pai-Nosso / Augusto Cury. - Sextante, 2006.ISBN 85-7542-256-1;Capitulo7.Na internet digitalizado por Levita Digital.

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    1. Atacar o autor e não suas ideologias.... Típica falácia dos religiosos....

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    2. Atacar o autor e não suas ideologias.... Típica falácia dos religiosos....

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    3. -Bruno...Para o Rafael atacar ele devia chingar entendeu? Ele apenas expôs uma opinião verdadeira e formulou uma crítica bem construtiva.

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  6. -Para Freud a religião era uma ilusão que as pessoas usavam para defender-se do sentimento de que estavam desamparadas no mundo.Segundo essa perspectiva,as pessoas vivem de forma superficial,escondendo-se atrás de rituais e regras religiosas,em vez de enfrentar significados e sentimentos mais profundos.Algumas pessoas de fato fazem isso,principalmente os fundamentalistas religiosos.Assim como Jesus eu DISCORDO totalmente desta opinião.Para Jesus em especial,reconhecer a impotência era um sinal de maturidade espiritual,e pedir a ajuda de DEUS e dos outros era a melhor coisa a ser feita.A religião não foi feita para ser uma defesa contra a sensação de desamparo;ela é uma resposta positiva a este sentimento que nos abre a um relacionamento com alguém capaz de nos ajudar quando precisamos.Para Jesus,todos vivemos sensações de desamparo e todos necessitamos de DEUS-Princípio Espiritual:A saúde começa com o reconhecimento de que não somos DEUS.

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  7. Religião significa religar o homem a Deus, Freud dentro da sua falta de conhecimento sobre o assunto confirma a existência de Deus. Na bíblia sagrada no livro de Gênesis quando Deus cria o homem ele o faz a sua imagem e semelhança ou seja o homem é um ser espiritual mais adiante ele cria o seu corpo e a sua alma (GN 1:26-28,GN 2:7)e ele lhe deu uma ordem não comer da arvore do conhecimento do bem e do mal, o homem deveria depender exclusivamente de Deus e não do seu conhecimento mas o homem foi levado a conhecer e a consequência foi a morte (separação)espiritual de Deus. Dentro da sua essência (criação original) está o homem espiritual que foi morto pelo conhecimento, restando apenas a alma (intelecto) e o corpo, daí vem a busca por algo que falta que Freud chama de ilusão, na verdade é a falta do espírito de Deus que foi criado e foi morto pelo conhecimento, por isso o homem busca preencher o que falta o chamado vazio dentro do homem que só pode ser preenchido com o Espírito Santo de Deus, que veio a nós na pessoa de Jesus Cristo restaurar o homem a condição original de homem completo sem falta nenhuma, dependente de Deus novamente. Leia na bíblia na primeira carta de Paulo aos Coríntios no capítulo dois, dos versículos do dez ao dezesseis e veja os tipos de homens que andam na terra e descubra em qual deles você é.

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  8. Rafael não atacou o autor, ele associou o seu argumento a situação de vida, e necessariamente de pratica do autor, sobre aquilo que Freud defendia. Freud poderia tambem, é claro, não está se incluindo no que se define "alguém muito bem esclarecido na sua razão humana", mas o ponto é que ele é humano e creio que a muito mistério nessa vida, que ninguem vai explicar nem daqui a 500 anos, nunca descarte definitamente aquilo que você não tem certeza, para se ter certeza sobre algo como isso, se necessita pelo menos, saber oque acontece com você depois da morte,

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  9. Vivemos na ilusão religiosa criação do homem, para ter funcionários que pagam para trabalhar engordando e enriquecendo os golpistas.

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  10. Todo aquele que fica atrás de religião paga para trabalhar, se faz necessário a direito a aposentadoria.

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