quarta-feira, 11 de junho de 2014

O silogismo categórico: as falácias mais importantes




AS FALÁCIAS FORMAIS MAIS IMPORTANTES: AS FALÁCIAS DO TERMO MÉDIO NÃO DISTRIBUÍDO, DA ILÍCITA MAIOR E DA ILÍCITA MENOR

TÉCNICA PARA AS DESCOBRIR
As falácias formais – defeitos na forma do raciocínio – mais importantes na lógica dita aristotélica são estas:



Termo médio não distribuído
Ilícita Maior
Ilícita menor
O termo médio não tem extensão universal em nenhuma das premissas.
O termo maior tem mais extensão na conclusão do que na premissa
O termo menor tem mais extensão na conclusão do que na premissa.



Considere o seguinte silogismo

Todos os filósofos são pessoas com espírito crítico.

Algumas pessoas com espírito crítico são cientistas.

Logo, alguns cientistas são filósofos.



Perguntemos: que falácia comete este silogismo?

Comete a falácia da ilícita maior?

Identifiquemos o termo maior. O que define o termo maior é ser o predicado da conclusão. O termo maior é filósofos.

Vejamos qual a sua extensão quer na premissa quer na conclusão. Vemos que na primeira premissa - Todos os filósofos são pessoas com espírito crítico – ele está quantificado universalmente ou tem extensão universal. Está distribuído.

E na conclusão? Na conclusão - Logo, alguns cientistas são filósofos - tem extensão particular. Dizer que alguns cientistas são filósofos equivale a dizer que alguns filósofos são cientistas. Lembre – se que predicado de proposição afirmativa é, regra geral, particular.

Assim, o termo maior – filósofos – é universal na premissa e particular na conclusão. Não se comete portanto a falácia da ilícita maior porque o termo maior não tem mais extensão na conclusão do que na premissa.

Um problema está resolvido. O termo maior passou no teste. Vamos assinalar esse facto a verde.

Todos os filósofos são pessoas com espírito crítico.

Algumas pessoas com espírito crítico são cientistas.

Logo, alguns cientistas são filósofos.



Passemos a outro problema. Comete a falácia da ilícita menor?

Identifiquemos o termo menor. O que define o termo menor é ser o sujeito da conclusão. O termo menor é cientistas.

Vejamos qual a sua extensão quer na premissa quer na conclusão. Vemos que na segunda premissa - Algumas pessoas com espírito crítico são cientistas – ele tem extensão particular. Dizer que algumas pessoas com espírito crítico são cientistas equivale a dizer que alguns cientistas são pessoas com espírito crítico. Lembre – se que predicado de proposição afirmativa é, regra geral, particular.

E na conclusão? Na conclusão - Logo, alguns cientistas são filósofos - tem extensão particular. O quantificador é “alguns”.

Assim, o termo menor – cientistas – é particular na premissa e particular na conclusão. Não se comete portanto a falácia da ilícita menor porque o termo menor não tem mais extensão na conclusão do que na premissa.

Mais um problema está resolvido. O termo menor passou no teste. Vamos assinalar esse facto a verde.

Todos os filósofos são pessoas com espírito crítico.

Algumas pessoas com espírito crítico são cientistas.

Logo, alguns cientistas são filósofos.



Como se perguntou que falácia comete este silogismo, antevê – se que é a falácia do termo médio não distribuído. É verdade mas temos que justificar essa afirmação.

Vejamos qual a extensão do termo médio em ambas as premissas. O termo médio é “pessoas com espírito crítico”. Na premissa maior é particular porque dizer que todos os filósofos são pessoas com espírito crítico equivale a dizer que algumas pessoas com espírito crítico são filósofos. Lembre – se que predicado de proposição afirmativa é, regra geral, particular.

Na premissa menor o quantificador alguns indica – nos que o termo médio – pessoas com espírito crítico – está quantificado particularmente, tem extensão particular.

Assim, vemos que o termo médio é particular em ambas as premissas. Ora devia ser universal pelo menos em uma. Este silogismo é inválido ou falacioso. O termo médio não está distribuído ou não tem extensão universal em nenhuma premissa.

O termo médio não passou no teste. Assinalemos esse facto a vermelho.

Todos os filósofos são pessoas com espírito crítico.

Algumas pessoas com espírito crítico são cientistas.

Logo, alguns cientistas são filósofos.

O termo médio pode ser universal nas duas premissas. O que não pode é ser particular nas duas. Tem de ser universal – estar distribuído – pelo menos em uma delas.