sábado, 9 de julho de 2011

As mitologias e a existência do mal

As mitologias e a existência do mal
A existência do mal perturba-nos: sentimos que não o podemos compreender - encontrar--lhe uma razão de ser, uma finalidade - que não o podemos justificar. E, contudo, dada a vontade de a tudo dar sentido, criaram-se numerosas explicações: mitológicas, filosóficas ou religiosas.
Na mitologia grega descreve-se assim a origem do mal: Zeus confiara a Pandora uma caixa, avisando-a de que seria funesto para a humanidade a sua abertura. A proibição contribuiu para tornar incontrolável a curiosidade de Pandora. Não resistindo, abriu a misteriosa caixa. Imediatamente dela saíram todos os males e desgraças que assolam a humanidade até hoje. No fundo da caixa ficou simplesmente a esperança.
Na mitologia índia relata-se que, tendo Deus criado o homem, lhe deu uma droga que lhe asseguraria saúde permanente. O homem carregou um burro com esta maravilhosa droga. Ora, aconteceu a certa altura que o burro teve sede. Apareceu então uma serpente que lhe indicou uma fonte. Enquanto o burro bebia, a serpente apoderou-se da droga.
A má fama da serpente aparece noutros relatos sobre a origem do mal.
A influência negativa da "serpente diabólica" que priva o homem da felicidade e da imortalidade é também descrita na epopeia babilónica intitulada Gilgamesh. O herói que dá nome a este relato mitológico procurava a imortalidade. Foi informado de que a "planta da vida" se encontrava em determinado local, no fundo do mar. Disposto a colhê-la, mergulhou destemidamente nas profundidades do mar. Contudo, mais tarde, quando tomava banho num rio, apareceu uma serpente que comeu a "planta da vida". E Gilmagesh nunca mais conseguiu a imortalidade. Esta passou a ser exclusivo dos deuses.

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