terça-feira, 1 de março de 2011

ESQUEMA SOBRE AS CARACTERÍSTICAS GERAIS DA EXPERIÊNCIA ESTÉTICA

CARACTERÍSTICAS GERAIS DA EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
É uma atitude contemplativa e desinteressada
Não é uma atitude prática ou utilitária.
Não é uma atitude cognitiva (de conhecimento).
Não é uma atitude subordinada, em si mesma, a princípios e objectivos morais.
A atitude estética é alheia a qualquer consideração sobre a utilidade do objecto, não é determinada pelo desejo de posse, ou pelo eventual valor monetário ou comercial do objecto contemplado.
EXEMPLO
Negações desta característica
O caso do agente imobiliário que, quando observa as paisagens do Gerês, não consegue evitar pensar no seu valor monetário, no excelente negócio que seria construir um aldeamento naquele local ou o caso de uma pessoa que, num museu, imagina o que seria ter um determinado quadro em sua casa, se ele combinaria com os móveis e tapeçarias da sala.

 A relação com os objectos naturais e artísticos na experiência estética não é motivada primordialmente pela vontade de adquirir e de ampliar conhecimentos.
EXEMPLO

Negações desta característica
O biólogo que estuda um bosque de árvores milenares para verificar o estado da sua flora manifesta uma atitude cognitiva e não estética, tal como o antropólogo que estuda a arquitectura e a cerâmica de uma comunidade para conhecer os seus costumes.
A nossa atitude só terá forma estética se dermos atenção ao objecto contemplado por si mesmo e não à relação do objecto com os nossos conceitos e princípios morais.
EXEMPLO

Negações desta característica
Se uma pessoa sente prazer na contemplação de um dado objecto estético (filme, poema, romance, conto…) somente por lhe reconhecer valor moral, a sua atitude não é estética.

A EXPERIÊNCIA ESTÉTICA COMO DISTANCIAMENTO PSÍQUICO QUE É A SUA CONDIÇÃO DE POSSIBILIDADE
O carácter peculiar do “distanciamento” consiste no seguinte: o sujeito coloca-se perante o objecto da sua contemplação como se a sua personalidade tivesse sido filtrada, ficando isenta de qualquer preocupação prática. Tomemos por exemplo a nossa atitude a respeito do “drama”. As encenações e representações teatrais impressionam-nos muitas vezes de uma forma semelhante aos acontecimentos do quotidiano, só que no teatro não podemos reagir como no dia-a-dia, envolvendo-nos praticamente ou fisicamente naquilo que acontece perante nós. A não participação é muitas vezes explicada referindo que sabemos que o drama não é real e por isso nele não intervimos. Contudo, devemos virar esta explicação do avesso: não é o nosso conhecimento do carácter fictício do drama que cria “o distanciamento” que nos leva a não intervir nele, mas é, ao contrário, o”distanciamento” que ao alterar a nossa relação com as personagens as torna aparentemente fictícias. A filtragem dos nossos sentimentos e a “irrealidade” dos seres e coisas ocorrem quando, por vezes, mediante uma mudança da perspectiva interior, somos invadidos pelo sentimento de que «o mundo inteiro é um palco».


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