terça-feira, 1 de março de 2011

ESQUEMA SOBRE O CONCEITO DE ARTE


A CRIAÇÃO ARTÍSTICA E A OBRA DE ARTE: O QUE SE ENTENDE POR ARTE

A arte é imitação da realidade
A arte é expressão de sentimentos e emoções
A arte é uma transfiguração da realidade
A arte é pura forma
A arte — e sobretudo a pintura — imita ou deve imitar a realidade, constituindo-se como uma cópia ou espelho no qual os objectos são reflectidos o mais fielmente possível.
    Críticas
1 - O artista não representa as coisas que vê, mas o modo como vê e também como imagina as coisas.
 O quadro aparentemente mais “realista” está condicionado na sua criação pela experiência do artista, pelos seus sentimentos, pela forma como avalia as relações sociais do seu meio, pelos ideais que, porventura, queira transmitir. Um quadro de Daumier não é uma cópia do que este  viu, mas a tradução pictórica de uma experiência ou a forma simbólica de expressar simpatia pela condição dos desfavorecidos, de protestar contra as duras condições de trabalho das mulheres e das crianças na sociedade de meados do século XIX.
2- Esta concepção baseia-se numa concepção ingénua da realidade.
A realidade não se reduz aos objectos da nossa percepção imediata. A física ensina-nos que os constituintes últimos da matéria (electrões, protões, neutrões) não são objectos dos nossos sentidos nem, rigorosamente falando, coisas. Aquilo a que chamamos real não é nada de evidente. Se olharmos para alguns quadros de Picasso podemos dizer que aquilo que mostra é tão pouco evidente como a realidade que os físicos se esforçam por compreender. Não vendo as coisas como são (não vemos os átomos de que é feita uma mesa) podemos, como faz Picasso, imaginar e pintar num quadro a dimensão imperceptível das coisas.
3 – Encontramos na pintura abstracta, na música e na arte não – figurativa exemplos de obras artísticas que não imitam nada.
Um dos principais representantes desta teoria é Tolstoi. Defende que só é arte o que for a adequada expressão de um sentimento genuíno. Uma obra é tanto melhor quanto melhor conseguir exprimir os sentimentos do artista que a criou.
       Críticas
1 - Há obras que não exprimem qualquer emoção ou sentimento.
2 - Mesmo que uma obra de arte provoque certas emoções em nós, daí não se segue que essas emoções tenham existido no seu autor.
O que o artista cria corresponde a uma transfiguração do mundo real. O universo artístico é o real transfigurado, recriado, nunca algo de absolutamente irreal. Podemos dizer que o artista abre à realidade as portas da imaginação e alarga o horizonte da nossa experiência sensível e também pensante. A arte é criação de formas sensíveis (literárias, pictóricas, cinematográficas, etc.) que, mesmo quando parecem não o fazer, interpretam a realidade enriquecendo-a com novas perspectivas e modalidades de expressão.
           Críticas
1.Nemtoda a obra de arte é simbólica
2.Há obras de arte que muito dificilmente podemos considerar uma transfiguração da realidade dado o seu elevado grau de abstracção.
O principal representante desta concepção de arte é Clive Bell. Uma obra é artística se, e só se, provocar em nós emoções estéticas. Estas derivam das próprias obras, da sua forma significante (harmonia, equilíbrio da composição dos elementos).
Para os partidários da concepção de arte como pura forma, o especificamente artístico é a forma. A arte deve ser esvaziada de qualquer conteúdo. A arte não deve ter qualquer preocupação temática ou em transmitir uma mensagem. A arte abstracta é o expoente máximo desta perspectiva. Nela manifesta-se de modo superior a autonomia da arte a respeito de qualquer intenção ou exigência de representar a realidade.
      Críticas
1. Há pessoas que não sentem qualquer tipo de emoção perante certas obras que são consideradas arte.
2. O critério da forma significante é demasiado vago e impreciso para se aplicar às diversas artes.






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